domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Séquesso"

Enviaram-me uma mensagem, onde se encontrava este texto. Partilho da opinião e agora a deixo aqui, para a partilhar


A pátria adora conversar sobre professores. A pátria , porém, nunca fala sobre educação. Portugal ainda não arranjou coragem para lidar com este facto: os alunos acabam o secundário sem saber escrever. Parece que os professores vão fazer uma “marcha de indignação”. Pois muito bem. Eu também vou fazer uma marcha indignada. Vou descer a avenida com a seguinte tarja: “Os alunos portugueses conseguem tirar cursos superiores sem saber escrever”.
A coisa mais básica- saber escrever- deixou de ser relevante na escola portuguesa. De quem é a culpa? Dos professores? Certo. Do Ministério? Certo. Mas os principais culpados são os pais. Mães e pais vivem obsecados com o culto decadente da pscologia infantil. Não se pode repreender o “menino” por isso é excesso de autoridade, diz o psicologo. Portanto, o petiz pode ser mal educado para o professor. Não se pode dizer que o “menino” escreve mal porque isso pode afectar a sua auto-estima. Ou seja, o rapazola pode ser burro, desde que seja feliz. O professor não pode marcar trabalhos de casa porque o “menino” deve de ter tempo para brincar. Genial: o “menino” pode ser preguiçoso, desde que jogue na consola. Ora, este tal “menino” não passa de um mostrengo mimado que não respeita professores e colegas. Mais, este mostrengo nunca reconhece os seus próprios erros; na sua cabeça “sexo” será sempre “séquesso”. Neste mundo Peter Pan os erros não existem e as coisas até mudam de nome. O “menino” não escreve mal; o “menino”faz, isso sim, faz escrita criativa. O “menino” não sabe escrever a palavra “recensão”; mas é um Eça em potência.
Caro leitor, se quer culpar alguem pelo estado lastimável da educação, então, só tem uma coisa a fazer: olhe-se ao espelho. E, já agora, desmarque a próxima consulta do “menino” no psicologo.

Texto de Henrique Raposo, in “Expresso- Primeiro Caderno”

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