quinta-feira, 30 de abril de 2009

Viva!!! Até que enfim.

Um tribunal suíço considerou não racista um cartaz de um partido nacionalista que parece satirizar os muçulmanos. E até que enfim que alguém explica aos muçulmanos que “há aqui quem mande”.
Num dia jeitoso para a liberdade de expressão (acho até que devia de ser feriado), o tribunal federal suíço considerou que não havia justificação para um processo jurídico por discriminação racial contra os autores do cartaz, da formação partidária nacionalista UDC, tipo o PNR em Portugal e os quais eu não apoio.
A legenda de «Utilizem as vossas cabeças! Votem na UDC» contrasta com a imagem, na qual incontáveis muçulmanos estão ajoelhados e de cabeça baixa, o que, na foto, faz parecer que a não têm ou que a usam para fins pouco racionais. Eu por mim, concordo e acho que além de verídico, é cómico e satirizante, mas pelos vistos, eles não estão habituados à liberdade de expressão e acham isso discriminatório. Mas afinal de contas quem são os muçulmanos para falarem de discriminação?
Ora pois bem, descriminatório é o facto de nos países de religião muçulmana, as mulheres terem de andar tapadas, por serem consideradas seres inferiores, entre muitos outros exemplos. Que aconteceria a um católico ou a um judeu, se orasse publicamente num desses países? Escuso de responder. Lamento o facto de toda a Europa não agir da mesma maneira, pois se nos países deles mandam eles, na Europa deviam de imperar as leis europeias; e claro está: se estão mal, mudem-se. Eles até são recebidos por "cá"!
O Tribunal Federal (TF) destacou a importância da liberdade de opinião numa sociedade democrática. Para o juiz federal Domínica Favre, que propôs a rejeição do recurso, o cartaz controverso não viola o artigo 261-A do Código penal: «Ainda que mostre uma falta de abertura e de tolerância, não rebaixa os muçulmanos», afirmou o magistrado. «A liberdade de expressão recomenda que não se admita demasiado facilmente, no debate político, a existência de uma redução ou de uma discriminação. A crítica deve ser admitida. Deve ser possível numa democracia, ainda que vise grupos específicos», acrescentou o juiz federal.
Relato também um caso a que assiti, onde a mãe disse para a filha: “Mete o lenço na cabeça que a paragem (do autocarro) é já a seguir e não vá o teu pai ver-te assim.” Lamento a falta de liberdade dessa Senhora, mas de facto se existe algo realmente discriminatório, de certo que não são as leis europeias.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Coisas que fazem diferença

Nunca tive muito jeito, nem me entendi muito bem com aquelas velha história, bem à portuguesa, de que a vida vai mal e que tudo vai mal, as coisas são uma desgraça e que o futuro é negro. Com um pouco de sorte é daí que vem o fado, que tem como grande tema de fundo coisas “desgraçadas”, mas também nunca ninguém me disse que a vida é fácil. Na pior das opções, a vida é como um mar de rosas, bonito quando se olha só para as pétalas, mas não nos podemos esquecer que existemos espinhos.
Lembro-me bem que quando se fala com o pessoal, todos começam por dizer que a coisa vai mal, isto não está fácil, a crise está para durar, etc... mas ao fim de umas quantas minis começamos a reparar que afinal continuam a fazer mais ou menos o mesmo estilo de vida como se nada fosse.
Todos sabemos que a crise está aí e em força, mas também deviamos todos de saber que contra isso batatas, e o que deviamos de fazer era apertar mesmo o cinto e tentar, só por uma pequena vez, largar o nosso péssimismo. Não seria fácil, mas também não tinhamos muito a perder.
Agora que vou habitando por um país estrangeiro, natural são as comparações que vou fazendo com o meu país natal. Também aqui existe crise, pois para quem não sabe, esta coisa é mesmo global, mas a postura em relação ao que vou vendo e vivendo, torna-se completamente diferente. Não sou dos que dizem que no estrangeiro é que é bom e não tenho por hábito denegrir a imagem do meu país e compará-lo escusadamente com exemplos de países com outra cultura e outra dimensão mundial. É escusado, pois todos os países são bons, assim sejam bem geridos e bem explorados pelos seus governantes.
Agora há coisas que vou vendo por aqui que realmente, penso eu, marcam a sua diferença, e que de certa forma gostava que também fossem aplicádas na minha pátria. São aquelas coisas que comparadas com as notícias que vão chegando de Portugal, de certa forma deixam uma amargura na boca, não de terem acontecido, mas de não se aplicarem também em solo pátrio.
Como vou tentando relatar as minhas experiências , deixo-vos com mais um caso que se passou por aqui, e gostava de deixar à vossa consideração, a comparação com o que se passa “nesse” lado.
Uma deputada do cantão de Neuchâtel, depois de mais um desacato provocado pela própria, num bar nocturno (isto pela terceira vez este ano), onde decidiu partir uns copos, ofender os porteiros e tecer ameaças a outras tantas pessoas, entre as quais os polícias que foram chamados ao local, refugiando-se sempre na sua condição de pessoa eleita pelo povo, ameaçando “mexer os cordelinhos” para lhes desgraçar a vida, foi dois dias depois e provavelmente sem que a ressaca lhe tenha passado, excluída do cargo para o qual tinha sido eleita, por conduta imprópria e indigna para com os cidadãos que pagam os seus impostos.
Assim, sem grandes circos mediáticos, é aqui que mais admirado fico, não recorreu da sua sentença, escusando-se apenas a um pedido de desculpa pública, sabendo que nunca mais exercerá nenhuma função no estado helvético.
Não querendo fazer a (in)devida comparação com terras lusas, pois não contem com o meu patriotismo para isso, apenas gostava de acrescentar que concordo com o desfecho deste caso, e tenho pena de não poder ver mais vezes esta notícia.
Vocês que façam as comparações necessárias, se assim o entenderem. Eu já fiz as minhas considerações.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Realmente quando abrem a boca...

Isto chegou-me por mail, e penso que serve para desmistificar, em muito, o que realmente elas são. Depois de lerem com atenção o que elas afirmaram, digam-me se seriam capazes de dizer aos amigos: “Eu ando com ela!”. Eu teria vergonha que alguém soubesse, embora sejam “boas como o milho”.

Palmela Anderson: “Há muita gente inculta, que acredita que o que prujudica o nosso ambiente é a contaminação e não sabem que o que na verdade prejudica são as impurezas que há no ar e na água.” (Quem diria, heim?).

Claudia Schiffer: (sobre Naomi Campbell): “Essa vadia sem vergonha merece ser morta a coices de burro... e eu sou a pessoa mais indicada para o fazer.” (Perfeitamente de acordo).

Brooke Shields: “Fumar mata e se morreres perdes uma parte muito importante da tua vida.” (Só não percebi qual é essa parte).

Miss Alabama 2004, porque desta nem do nome se lembram, em resposta a se aceitaria viver para sempre: “Eu não viveria para sempre, porque não deveriamos viver para sempre, porque se achamos que deviamos viver para sempre, então viveriamos para sempre, mas como não podemos viver para sempre, que é o meu caso, pois então é isso mesmo, eu cá não viveria para sempre, compreende?” (Na perfeição, ou não fosse ela uma candidata a Miss).

Mariah Carey: “Sempre que vejo televisão e vejo essas pobres criancinhas famintas em todo o mundo, não posso evitar de chorar, embora as criancinhas em África me façam muita inveja... Digo isto porque adoraria ser assim magrinha, mas não com aquelas moscas todas e essa morte e tal...” (Esta só tem de fazer esse sacrifício para poder ser magra. As criancinhas aceitariam trocar).

Natalia Paris, em resposta a que tipo de música mais gosta: “Para mim, de longe, a música que mais gosto é a música de cd”. (Qual será então a que detesta?).

Shakira, em resposta a que destino que mais gosta de viajar: “Para Roma, sem dúvida, porque é a terra onde nasceu Jesus Cristo e isso sente-se no ambiente que se vive ali, sabe?” (Por acaso não sabia, mas desconfiava).

Carmen Electra: “Hoje em dia estou muito ligada à física quântica. Alguns dos meus amigos também e outros não, e tentamos que se emocionem ao descobrir estas coisas sobre os pensamentos e o poder da mente e tudo... dá-me calafrios só de pensar nisso, mas é divertido.” (Esta pensa que fornicar é um stand de automóveis).

Naomi Campbell: “Adoro a Inglaterra e especialmente a sua comida, porque não há nada que eu mais aprecie do que um bom prato de massa.” (O que dirá ela das pizzas da Islândia ou da lasanha do Burundi?).

Paris Hilton, em reposta a se acredita que todas as mulheres bonitas são tontas: “Não, também há muita tonta que é feia”. (Esta é mesmo de categoria, não é?).

Jennifer Lopez, ao ser detida em 2000: “Para que conste, eu não cometi qualquer delito, e o máximo que fiz, se tanto, e já exagerando muito, foi não cumprir a lei.” (Esta não necessita de dizer mais nada em tribunal).

Agora digam-me lá se tinham coragem de apresentarem uma namorada destas aos amigos?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O dia da estreia

A noite de estreia é sempre a noite de estreia. É a noite, ou a vez, que todos os nervos dão sinal de vida. Tudo, naquelas 2 horas que antecede o começo de uma peça de teatro, abana. Apercebemo-nos realmente o que é “não nos caber uma palhinha”. Saber que em breve vamos estar na presença de 200 pessoas a representar, torna-se uma necessidade. É aflitiva a espera e não há música que nos acalme, nem há experiência que nos valha.
Chegamos ao local e só nos apercebemos que estamos nervosos, quando após pedirmos café nos esquecemos de o beber. Pequenas conversas com alguns espectadores, que já lá se encontram para tirarem os melhores lugares, fazem-nos esquecer por 2 minutos que estamos aflitos e que agora não hà volta a dar.
Vamos para os camarins e começamos a preparar a roupa, que mesmo depois de estar toda pronta, sempre a verificamos pela milésima vez. Há sempre a sensação de nos termos esquecido de algo.
Enquanto nos vestimos, vamos falando, vamos ouvindo e recapitulando com os outros tudo para não nos esquecermos de promenores importantes e depois, já só com os nossos botões, “vê-mos” o nosso papel. Falamos sozinhos, mexemos nas mãos, não temos sítio para as meter, nem dá para esconder a irritação de não nos conseguir-mos concentrar, sem sermos assaltados pelos nervos, que teimosamente não desistem de dar sinal de vida.
Temos vontade de ir à casa de banho, mas chegados lá, afinal não temos vontade nenhuma. Os cigarros não ajudam e tornam a espera insuportável. Será que vou ser capaz de fazer? E se me enganar? E se os outros se enganarem? E se... reparamos então que não fumámos o cigarro e ele já se consumiu todo em cinza. Ouvimos música mas se perguntarem o que estamos a ouvir, não sabemos responder, porque não é aí que a nossa cabeça está.
E as mãos abanam. Os pensamentos não param e por mais optimista que sejamos, algo nos diz que vai correr mal. Queremos que estejam presentes todos os amigos e pessoas de quem mais gostamos. Mas a cabeça está num perfeito turbilhão. E as mãos abanam.
É agora chegada a hora de ir até às mãos da Sãozinha. Para mim, o único momento de alívio. Mas para ajudar, entra a Nélita e confirma: “A sala já está cheia!”. Repiramos fundo e não conseguimos. A garganta seca, nem com uma mini, que abundam sempre por ali, fica molhada e quando a Sãozinha nos despacha e nos deseja “muita merda”, entramos finalmente em transe. Já não vemos os sorrisos forçados, nem as conversas esforçadamente alegres, que tentamos ter, não por mal mas por nervos e o desejo que comece depressa torna-se insuportável. E as mãos abanam.
“Faltam 10 minutos, muita merda”, diz o Pedro que está ainda pior que todos os actores, antes de ir para o seu sítio. Desta vez não o vamos ver de perna alçada no balcão da sala, perto da entrada principal, aliás não vamos ver ninguém do público. Vamos até ao palco, rever em 30 segundos toda a peça. Caí o silêncio nos bastidores, levantam-se ainda mais os nervos e começa-se a ouvir o agitar do público na sala, como se estivessem a 2 metros de nós. Vemos a Nélita pela ultima vez e diz-nos que vai começar e claro deseja-nos “muita merda”. E as mãos abanam.
5 minutos, 2 minutos, 30 segundos, o pano abre. Inquietude, ânsia de lá ir para dentro, a coisa vai bem, o público está a gostar. Chega a nossa vez e ... concluimos que estivemos pouco tempo em palco, pelo menos para aquilo que queriamos de lá ter estado e por todo o nervosismo que acumulá-mos.
Somos invadidos por um bem estar e pela sensação de ter feito aquilo mais de mil vezes, mas afinal aquela foi a nossa estreia.
Nervos? Eu? Nem por isso! É mentira. Todos ficam nervosos mesmo depois de terem feito muitas estreias.
Aplausos, caras felizes, o Pedro não cabe em sítio de contente e já somos capazes de voltar ao nosso normal bem estar, aquele que tinhamos antes de sair de casa, a caminho da estreia.
Tiramos a roupa e vamos até ao bar, ouvir as críticas e os espectadores felicitam-nos. É bom saber que gostaram e foi bom ouvir que: “És o gay mais bonito que já vi!”, vindo de uma amiga.
Resumindo, estes nervos são bons de ter. Estas esperas e estas situações antes das estreias são grandes e depois de tomadas a gosto, ansiamos que aconteçam muitas vezes.
Por mim, o melhor do treatro são estas situações. Melhor que os aplausos, que as críticas que o sucesso. Na minha opinião todas as peças deviam de ser vividas como vivi a minha estreia.
Como diria Gil Vicente: “Esperai, ora e vereis”.

domingo, 5 de abril de 2009

A Severa e o fado- Histórias do caraças!

Escrevi isto na altura em que a peça "A Severa e o fado" estava em exibição no atrium do Getas. Foi representada às Sextas e Sábados, num total de 18 espectáculos seguidos. Posso garantir que as histórias que a seguir vão ler são verdadeiras, todas elas, embora algumas estejam exageradas. Posso também garantir que o ambiente nos bastidores era do melhor e que aí, nos bastidores, havia sempre outra peça a decorrer, intitulada: "O que é que vai acontecer hoje?".
São muitas as memórias dessa peça, mas quero dedicar este texto a todos os que participaram e a todos os que vão perceber que histórias estou para aqui agora a contar. Pois bem:

Era sexta-feira e a hora aproximava-se. O público estava ansioso e a noite prometia. O atrium do GETAS voltava a viver outra grande noite. Como não aguentaram a pressão de fazer pela primeira vez uma peça, o Esfrega e o André mijaram-se pelas pernas abaixo, mais o Daniel, para não se ficar a rir.
O Pedro, esse estava nervoso. Queixava-se do vinho nunca mais chegar e temia que o Júlito não tivesse tempo de se engrossar, pois ele queria realismo.
Descendo a escada todos elogiaram a Florinda, dizendo que a maquilhagem do olho negro estava perfeita, ao que ela contrapôs, dizendo que ao não ter tempo para a maquilhar a São lhe tida dado mesmo um murro. Com o Pato ficaram preocupados pois ele trazia uma cicatriz na cara, ao que ele respondeu para terem calma porque a São tinha feito um bom serviço.
Depois de afiarem as unhas num torno mecânico portátil, os fadistas emprestaram a máquina ao Pato para ele afiar a navalha, para depois limpar as unhas.
O Pedro que já tinha tomado meia caixa de Prozac, só acalmou quando viu o Júlito chegar, mas como ele usa bigode na peça, confundiram-no com o pai, o que se tornou difícil de saber quem era quem. Lá o descobriram e sem perca de tempo meteu a boca no garrafão. Tentou não demorar muito, pois o Sirgado, já estava a dizer que tinha de ir ver o Benfica.
Ouvem-se as pancadas de Moliere e abre o pano. A Júlia que já tinha bebido meia garrafa de Porto para afinar a garganta, começou a cantar. Os diálogos começaram bem, mas numa fala mais longa do André, o Júlito deixou-se dormir ao balcão. O Pedro de nervoso que estava teve um desmaio, e o Fernando começa a marcar mais alto ao passo que o Mário puxa da costela do Carlos Paredes que lhe nasceu na dedo, para sacar um dedelhado na guitarra, mas nem assim o Júlito acorda. Entra o Esfrega, começa a falar mas para a meio. Senta-se e pede um copo de vinho pois não sabe o que há-de fazer. Disfarçadamente o Águas assobia-lha ao ouvido, este acorda, mas surpresa de todos os actores, ele salta 5 actos. Desorientados os fadistas começam a tocar um novo fado, entrando de seguida a Júlia a soluçar sem conseguir cantar, pois já tinha bebido uma garrafa de vinho do Porto.
Chateado o Sirgado foi para o Vital ver o Benfica.
O Fernando para de tocar e diz ao Mário que a música é em lá menor, ao que o Mário responde que sabia mas que ía tocar em ré menor, discutindo de seguida quais os acordes mais certos.
Já chateado com a situção, o Manuel entrou para tentar acalmar a situação distribuindo umas bengaladas. Nos bastidores a Florinda e a Margarida tentaram animar o Pedro, que está arrasado de todo. A Rosa temendo o pior entra em cena e dirige-se ao público para pedir que alguém chame a GNR. O André e o Luís de nervosos que estavam já bebiam os copos de vinho de penalti.
Para acalmar de vez a situação, o Esfrega retira o Júlito em braços, não sem antes se insurgir e dizer que todos eles são uma cambada de chulos. Estas palavras foram mal interpretadas pelo Águas porque pensava que estava a dizer que o vinho dele era vinagre. Pegou-se com o Pato, entra Luís, o André e o Manuel, os fadistas, enfim todos, numa cena de pugilato verídico no esquema de todos ao molho e fé em deus. O público está estupefacto e o Pedro tem um novo desmaio.
A Rosa abana o leque para ver se o Pedro recupera, enquanto a Florinda de joelhos no chão, reza, e a Margarida vai buscar um copo de leite para lhe dar.
Para acabar com toda aquela confusão, o Luís decide fechar o pano. A peça estava completamente arruinada. E é aí que o Pedro se encheu de coragem, mandou abrir o pano e seguido pelos actores, com excepção do Sirgado que estava a ver o Benfica, do Júlito que dormia nas escadas, do Daniel que além de se ter esquecido de ligar algumas luzes ainda não tinha largado as minis e da São que faz questão de não ir ao palco, foram enfrentar o público. Entre olhos negros, fatos rasgados e cenário partido, todos em comum tinham a cabeça baixa em sinal de vergonha.
Mas para surpresa destes, e sem que houvesse serviço prévio, todo o público se levantou e euforicamente aplaudiu pedindo “bis” e repetindo “bravo”. Era a loucura. Todos os espectadores se dirigiram à bilheteria para comprarem novo ingresso, pois estavam dispostos a rever, o que dizem ser, a peça mais real de sempre.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Os outros portugueses: os "tugas"

Ou não sabem o que são ou gostam de ser ofendidos, e aqui mora o problema. Alguém explique aos portugueses, que eles são PORTUGUESES, e não são “tugas”. Quer dizer, se gostarem que um nome prejurativo os apelide, por mim, tudo bem, mas não me metam no mesmo saco.
Para os menos informados, ou interessados, “tuga” deriva de “portuga”, diminuitivo utilizado de forma ofensiva pelos brasileiros, quando se referem aos portugueses. Mas como é giro, vem com sotaque e de forma ignorante, vocês adoram. E como se não bastasse, ainda o utilizam de forma carinhosa para nos designar-mos. Eu não gosto, mas pelos vistos, há quem não faça caso. Ora quando um auto-desigando “tuga”, se chateia ou se ofende quando o tratam por outro nome, menos próprio (não preciso de exemplificar), por que motivo não se chateia também quando o tratam por “tuga”.
Imaginam o que seria os brasileiros intitularem-se “brazucas”, os franceses de “avecs”, os espanhóis de “miúras” ou os alemães de “boches”? Pois não conseguem imaginar tamanha façanha, pelos simples motivo de eles, terem um pouco de brio da sua nacionalidade. Mas vocês, os “tugas” (eu não, que sou PORTUGUÊS), além de fazerem questão de se continuarem a denegrir, tentam e até conseguem, passar uma imagem desprestigiante do país, em território nacional, assim como no estrangeiro.
É vergonhoso e rídiculo que se continue e designar as selecções nacionais de “tugas”. É de uma ignorância tremenda a falta de auto-estima e acima de tudo, o fazer passar uma imagem desprestigiante no estrangeiro.
Gostava de deixar à consideração e aproveitando o novo acordo ortográfico (outra vergonha a que mais tarde darei a minha opinião), de se criar duas nacionalidades em Portugal: a portuguesa e a portuga. A primeira para quem seja de valores decentes, cíveis e patrióticos; a segunda, para todos os outros anormais, que não tenham pena de serem vistos como burros.
Luto na esperança de ver um mundo sem “tugas”. Anseio pelo dia que todos se intitulem PORTUGUESES e que mesmo a contra-gosto, todos assim se possam tratar, livres de anglicanismos, francesismos, brasileirices e outras mariquices do género.