quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Carnavais

Terminou, espero, aquela altura do ano que, a par do Natal, só tem graça para os mais pequenos e mesmo assim não são todos: o Carnaval.
Para quem não sabe, o Carnaval é aquela altura do ano em que as muitas pessoas pensam que se podem divertir como em nenhuma outra. Só no Carnaval é que há animação, gente divertida e folia até às tantas! Chega mesmo a haver músicas que só tocam nesta altura do ano. Fantástico!
Mas para mim o Carnaval, e em especial em terras lusas, tem tanto sabor como um porco no espeto na Arábia Saudita, ou sabe tão bem como mão de vaca com grão ao pequeno-almoço, seguido de uma emissão da Júlia Pinheiro sem intervalo. Mas o pessoal interiorizou que no Carnaval tem de andar mascarado e a sambar, enfim.
Isto porque uma vez, alguém viu no Brasil uns tipos cheio de calor a sambarem na rua que nem uns tontos,e vai daí, toca de fazer o mesmo por cá. Será que os brasileiros vão querer levar para lá desportos de Inverno? Já alguém explicou aos nossos foliões que a probabilidade de fazer bom tempo nesta altura do ano, é a mesma de nevar a 15 de Agosto, em Portugal? Já alguém explicou aos nossos foliões que andar em biquini à chuva e ao frio não tem nada a ver com Carnaval do Brasil?
Mas ainda assim, há pessoas que teimam em foliar. Já experimentaram comparar? Já viram as moças muito desinibidas que passam pelo sambódromo, naquele rebuliço desenfreado, com curvas que nem no Tramagal existem curvas tão apertadas? São moças do caraças! Já viram a alegria que por lá vai? Aquilo deve de deixar um gajo doido! Até se comparar-mos as paneleirces próprias da altura e a comunidade gay, que são mesmo a sério, onde um tipo vê mesmo que “é à grande”, achamos que lá é que se brinca ao Carnaval; por cá temos todos os anos de ver os artistas de telenovelas para todas as idades assim como com o Alberto João Jardim, armado em homem! Sim porque em terras do samba o Sr. Alberto, com aquela sua vozinha de quem vai desafinar a qualquer momento, passava como os outros, embora eu creia que ía ter alguma dificuldade de aproximação devido à idade.
E as moças? Com aquelas vestimentas que as deixam despidas? Já virão bem as de cá? Eu acho que a Michelin podia aproveitar algumas para o novo boneco dos pneus, ou então fazer uma campanha de publicidade ecológica para os ecopontos,ou ainda, como o meu irmão disse e com razão, aproveitar 4 delas e fazer uma publicidade engraçada ao “Restaurante 4 Talhas” (e passo a devida publicidade). Já para não falar muito dos homens mascarados de gajas boas, com aquelas barriguinhas de cerveja, a fazer lembrar uma publicidade ao “Potes Bar” (e volto assim a passar a devida pulicidade).
Mas o Carnaval lá se vai continuar a passar e eu todo contente, a ver as temperaturas a descer e a ver passar os foliões. Imagem a minha alegria, quando me sento para ver a meteorologia e deparo com temperaturas baixas! Embora seja chato para todos esta coisa do frio, não consigo disfarçar a minha pequena alegria, mas só nesta altura do ano.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Longe dos telemóveis

A malta não sabe nem imagina o que pode ser da actual vida civilizada sem um telemóvel. Eu sei!
Sobrevivi, e até mais ver tenho sobrevivido, sem telemóvel hà 10 dias, sem utilizar, ver e mexer num telemóvel. Vai para 10 dias que a palavra telemóvel deixou, momentaneamente, de fazer parte do meu vocabolário. Vocês imaginam isso? Não e com um pouco de sorte, uns sempre viveram com telemóvel e outros já não se lembram dos tempos, em que tudo era combinado com dias de antecedência e por incrível que pareça, era possível vivermos sem ele e tudo se conseguía organizar sem toques, chamadas ou mensagens (sms).
As circunstâncias que me fizeram não ter telemóvel, foram devidamente calculadas, pois teve de ser, e confesso que em 98% dos ultimos 10 dias, não me arrependi nem um pouco, tendo até achado graça a observação que tenho feito de como as pessoas se portam quando transportam consigo um telemóvel.
Acordo de manhã e a primeia coisa que faço é desligar o despertador. É mesmo bom ouvir e desligar o despertador, pois a primeira coisa que fazia era desligar o alarme do telemóvel; ou seja, a primeira coisa que faço não é mexer num telemóvel.
Depois de acordado, não passo aquela fase doida de ficar a olhar para o telemóvel, à busca não se sabe bem do quê: uma mensagem a meio da noite, um toque perdido na madrugada, etc.
Vou à casa de banho sem o telemóvel atrás. Lembram-se da ultima vez que partilharam sozinhos a casa de banho; sem irem com o telemóvel? Apenas vocês? Pois é! Sabiam ou lembram-se que é possível ir à casa de banho e fazer o que temos a fazer, sem que o telemóvel tenha de estar lá connosco?
Tomo o pequeno-almoço sem estar a enviar mensagens, assim como todas as outras refeições, saio à rua sem nada nos bolsos a atrapalhar o andar, sento-me sem ter de ajeitar os bolsos ou mesmo de retirar o telemóvel para cima da mesa, não perco tempo a ter movimentos irreflectidos de ver se foi o telemóvel que tocou ou recebeu uma mensagem, aproveitando assim melhor para reparar em todos os outros promenores que me rodeiam. Já repararam que hoje em dia os casacos vêm equipados com um pequeno bolso no interior, preparado para o efeito?
Por incrível que pareça a vida sem telemóvel pode ser bem agradável e nos tempos que correm pode bem ser uma aventura, penso que de coragem, a ter, mesmo que seja só por 3 dias. Sei o que é ter a sensação de ouvir um telemóvel a tocar e não ter o pequeno reflexo de pensar que poderá ser o meu. Nada me incomoda. Nada me compromete e nada me faz desviar a atenção, pois sei, que não é de certeza o meu.
Apenas gostava de terminar este pequeno texto de hoje, dizendo que o facto de ter publicado poucas coisas nos ultimos tempos, se prende com o facto de estar a guardar algum material que me tem vindo à cabeça. Podia tê-lo publicado, mas surgiu aí uma hipótese que “pode ser que a coisa vá para a frente”, e como tal... esperemos para ver.