quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Os novos catequistas

Acho mesmo piada aos tipos do “rap” e do “hip-hop”. Acho-os mesmo caricatos e tirados de uma série animada de comédia.
Isto tudo porquê! Porque desatino com o estilinho fatela dos “mens” com as suas”crews” e os seus “ya men” e “yô moma”, com aquelas fatiotas de t-shirts largas a dizer “50 Cent”, com chapéus baratos com um “NY” (de Nova Iorque) estampado na frente e metidos de lado, calças com pano para fazer duas, largas que nem cornos, e perninhas tipo palitos, com as cuecas à mostra, e descaídas como se tivessem ido cagar e se esqueceram de as tirar, acabando com uns ténis que parecem umas botas de fazer ski, de preferência desapertados. Um verdadeiro espectáculo circense.
Sempre cheios de truques de mãos quando se cumprimentam e a coxearem quando andam na rua, mais parecem coxos de nascença. Cantam ou falam, nunca percebi bem, nem eles, e fazem aqueles gestos todos com as mãos e abanam a cabeça quando ouvem a sua música, o que me faz sempre lembrar os senhores que aparecem no canto da televisão nos noticiários para os mudos.
E como lhes acho piada, vou analisando como se comportam e cheguei à conclusão que aquilo é mesmo treta, porque a coisa quando pia mais fina, lá se vão os truques e os coxeios, mais os bonés de lado e o modo de falar faz lembrar os meninos que acabam de sair da catequese.
Vinha eu descansado no autocarro, umas noites atrás, quando entrou uma “crew” de “mens” com os truques do costume. E eu lá me pus a analisá-los. Tinham pinta de maus e até já vinham com os copos. Tudo bem até um deles decidir fazer umas flexões no autocarro ao ritmo de um outro fazer uns sons com a boca e as mãos (sabem, aquele som que fazem quando começam a cuspir para as mãos?). É que 2 minutos depois do espectáculo começar o autocarro parou e sem grande alarido entrou um polícia que os fez sair, não sem antes fazer umas perguntas. E não é que os catequistas, se não estivessem assim trajados, eu diria que andavam a pregar a palavra de cristo como os jeovás, enquanto falavam com o polícia!
Apeteceu-me levantar-me e perguntar-lhes onde estava a “onda deles” agora que o “bófia” chegou? Mas coitados, um polícia chegou para a “crew” toda ficar sem “pica” e quase que aposto que quando viram os outros três “ chuis” cá fora já com caneta e papel na mão, prontos para tirar notas e passarem bilhetes de boas festas, juraram que durante 15 dias não queriam ouvir falar do “Eminem” e que se íam passar a cumprimentar com três beijinhos na cara.
Realmente ainda não há quem chegue à Malta do Rock.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

No dia dos namorados

Mais um 14 de Fevereiro aconteceu. Prendas, prendinhas, mais coisas bonitas, palavras queridas e um dia em que os namorados (o casal é claro!) passaram mais uns tempos em conjunto. O que aconteceu neste dia, foi a real prova de que quando metemos os pés pelas mãos, só fazemos figuras tristes.
Sucede que nesse dia fui ajudar um amigo nuns afazeres para casa dele. A meio da manhã, conjuntamente com o meu primo Gonçalo, tivemos de nos dirigir ao centro da cidade para, segundo uma desculpa muito esfarrapada para com a mulher desse amigo, irmos ver de um produto que me estava a fazer falta, que nem eu sei o que era, mas na altura e para não estragar o truque tive de dizer que era verdade.
Obviamente que o objectivo era vir beber um café, passear um pouco, enquanto em casa, a senhora ía fazendo o almoço.
Claro que às horas combinadas, não estavamos em casa e o telemóvel tocou. Teve de sair outra mentira, a de que estavamos a comprar uma surpresa mas havia fila. Mais 20 minutos e estavamos despachados. Mas desta vez a coisa correu mal. Mas que haviamos de comprar para justificar a demora ? Como era dia dos namorados, umas flores vinham mesmo a calhar. E assim foi. A correr fomos comprar uns arranjos já feitos, que serviram de desculpa mais tarde em como demoraram algum tempo a preparar, e na volta para o carro, lá saiu a situação que a mim me marcou o dia : ver o meu amigo de ramo de flores na mão, a andar depressa para o carro como quem vai chegar atrasado ao próprio casamento. Um cenário fantástico e para ajudar à festa, logo atrás, eu e o meu primo, com outro arranjo, também para dar à esposa desse nosso amigo. Quem nos viu a rir na rua, com a situação, pensou tratar-se de um casal gay a caminho da boda.
Pensamos que íamos ver o diabo, pelo atraso, pois a senhora quando ferve, ferve a sério, mas quando viu que nos tinhamos atrasado para lhe oferecer umas flores, a coisa lá acalmou, mas coisa de mulher, a desculpa não a convenceu : serviu mas não prestou.
Conclusão : já não chegava termos mentido para ir à cidade, como tivemos de abrir os cordões à bolsa, passarmos pela situação de corrermos, quais noivos para o casamento como ainda por cima termos perdido a aposta do que poderia acontecer quando chegassemos a casa. Afinal de contas, bastava ter havido um comportamento normal e termos dito que íamos beber café e que já vinhamos. Tinha ficado muito mais barato.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Neve? Não obrigado.

Não consigo perceber o que tem de engraçado a neve. Muito honestamente. Quem gosta de certo que nunca teve de a gramar, mais do que um fim de semana na Serra da Estrela, onde até se torna giro, ou então numa estância de ski, o que é maravilhoso. Agora para os outros casos... acho-a uma boa treta.
Imaginem que estão nas vossas casinhas e que quando se levantam de manhã, deparam que esteve a noite toda a nevar. Primeira coisa a fazer: telefonar ao patrão a avisar que vão chegar mais tarde. Vale que ele também vai chegar atrasado. Porquê? Vou-vos demonstrar.
Quando neva, a sério, os carros ficam completamente atolados na rua. Temos de andar a raspar primeiro para descobrir-mos qual é o nosso e depois para podermos entrar para dentro dele, onde após algumas tentativas e com muito boa vantagem do motor, ele lá pega. Feita esta operação, espera-nos 15 minutos com uma pá na mão para desenterrar o carro da neve. Pegamos ao fim de 20 minutos no carro e lá se vai para o serviço, na calma, tentando com que o carro não embata em nada que esteja escondido debaixo de meio metro de neve espesssa. Quando se chega ao trabalho, não dá para se estacionar o carro. Porquê? Porque o mesmo monte de neve de onde tiramos o nosso carro do estacionamento, parece que se “tele-transportou” para todos os os estacionamentos disponíveis na cidade. Ou seja, ou mais meia hora com a pá na mão, ou mais 15 minutos à procura de outro lugar para depois vir a pé até ao posto de trabalho. Isto contando que se tem os pneus de neve montados nas rodas motrizes do carro, senão esqueçam o carro e pensem nele só para o próximo degelo, daí a pelo menos 2 semanas. E depois há sempre aquele vizinho simpático que quando desenterra o carro dele, sem querer atira ainda mais neve para cima do nosso, mas que também se desculpa e nos ajuda a tirar o nosso empurrando a neve dos dois carros para cima do próximo e sempre assim sucessivamente.
Uma das várias histórias que ja me aconteceu foi precisamente esta, a da porcaria da neve. Madrugada de ano novo. Quando saí do servico, havia “neve que não se podia”. Não havia táxis de serviço porque não arriscaram andar com o tempo que estava. Autocarro só daqui a hora e meia, e gentilmente o patrão me emprestou a viatura dele porque eu queria era vir dormir, com a condição de lhe ir entregar a viatura antes do meio dia, porque precisava dela. Até ter chegado a casa tudo normal. Como moro numa rua a subir, tipo Rua da Ladeira, não tão inclinada mas com 300 metros até chegar à porta, o carro não subiu e lá parti eu à aventura de descobrir um sítio. Quando o encontrei, estava a 20 minutos a pé de casa, olhei para as horas e cheguei à conclusão que já tinham passado 2 autocarros para o sítio onde moro, que me teria deixado a apenas 2 minutos a pé.
Claro que o que se passou umas horas depois, foi a tal história de desenterrar o carro, ir levá-lo, estacioná-lo, etc...
Mas para os que não estão contentes e continuam a achar que é bonito, esperem para saber como é andar a pé e nos autocarros.
Neve? Porra! Num postal de Natal é que ela é bonita. É que quando vejo as pessoas à janela a admirar a neve e a dizer que bonito, a mim ocorre-me o pensamento de: “Estou f...”.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

"Séquesso"

Enviaram-me uma mensagem, onde se encontrava este texto. Partilho da opinião e agora a deixo aqui, para a partilhar


A pátria adora conversar sobre professores. A pátria , porém, nunca fala sobre educação. Portugal ainda não arranjou coragem para lidar com este facto: os alunos acabam o secundário sem saber escrever. Parece que os professores vão fazer uma “marcha de indignação”. Pois muito bem. Eu também vou fazer uma marcha indignada. Vou descer a avenida com a seguinte tarja: “Os alunos portugueses conseguem tirar cursos superiores sem saber escrever”.
A coisa mais básica- saber escrever- deixou de ser relevante na escola portuguesa. De quem é a culpa? Dos professores? Certo. Do Ministério? Certo. Mas os principais culpados são os pais. Mães e pais vivem obsecados com o culto decadente da pscologia infantil. Não se pode repreender o “menino” por isso é excesso de autoridade, diz o psicologo. Portanto, o petiz pode ser mal educado para o professor. Não se pode dizer que o “menino” escreve mal porque isso pode afectar a sua auto-estima. Ou seja, o rapazola pode ser burro, desde que seja feliz. O professor não pode marcar trabalhos de casa porque o “menino” deve de ter tempo para brincar. Genial: o “menino” pode ser preguiçoso, desde que jogue na consola. Ora, este tal “menino” não passa de um mostrengo mimado que não respeita professores e colegas. Mais, este mostrengo nunca reconhece os seus próprios erros; na sua cabeça “sexo” será sempre “séquesso”. Neste mundo Peter Pan os erros não existem e as coisas até mudam de nome. O “menino” não escreve mal; o “menino”faz, isso sim, faz escrita criativa. O “menino” não sabe escrever a palavra “recensão”; mas é um Eça em potência.
Caro leitor, se quer culpar alguem pelo estado lastimável da educação, então, só tem uma coisa a fazer: olhe-se ao espelho. E, já agora, desmarque a próxima consulta do “menino” no psicologo.

Texto de Henrique Raposo, in “Expresso- Primeiro Caderno”

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Diamante depois de morto. Nova moda.

Agora a moda é, em vez de ser enterrado num caixão, ou ser cremado, é ser diamante após a morte.
Ao custo de alguns milhares de euros e graças a uma sofisticada transformação química, uma empresa suíça, garante agora ao falecido reservar seu lugar na eternidade sob a forma de um diamante humano.
Na Suíça, a empresa Algordanza recebe a cada mês entre 40 e 50 urnas funerárias procedentes de todo o mundo. O seu conteúdo será pacientemente transformado em pedra preciosa. “Quinhentos gramas de cinzas bastam para fazer um diamante, enquanto o corpo humano deixa uma média de 2,5 a 3 kg depois da cremação”, explica Rinaldo Willy, um dos co-fundadores do laboratório onde as máquinas funcionam sem interrupção 24 horas por dia. Ou seja, cada defunto pode gerar uns 5 diamantes, ou mais, que dão para distribuir para toda família.
Os restos humanos são submetidos a várias etapas de transformação. Primeiro, passam a carbono, depois grafite. Em seguida são expostos a temperaturas de 1.700 graus, transformando-se finalmente em diamantes artificiais num prazo de quatro a seis semanas. Na natureza, o mesmo processo leva milênios.
"Cada diamante é único. A cor varia do azul escuro até quase branco. É um reflexo da personalidade'", comenta Willy (a personalidade pela cor? Muito estranho) .
Uma vez obtido, o diamante bruto é polido e talhado na forma desejada pelos familiares do falecido, para depois ser usado num anel ou num cordão. Já pensou poder levar seu ente querido, depois da morte, num colar ou anel? Se perguntarem sobre o falecido você vai poder dizer: "Ele é uma jóia".
O preço desta alma translúcida oscila entre 2.800€ e 10.600€, segundo o peso da pedra (de 0,25 a um quilate), o que, segundo Willy, vale a pena, já que um enterro completo custa, por exemplo, 12.000€ na Alemanha.
Como vê, a moda tem tudo para pegar, é até mais barato transformar o defunto em jóia!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Outra maneira de lidar com a mesma situação

Não pretendo dizer que as coisas aqui são melhores ou piores. Como em tudo o que acontece, há coisas boas e más, mas o objectivo é dar a conhecer a maneira diferente de ver a mesma situacão.
Notícia (de forma sintetizada): 2 jovens foram apanhados em flagrante, depois de terem furtado um carro de dentro de um estacionamento num centro comercial, tendo provocado danos em outras viaturas. Na tentativa de fugirem à polícia, tentaram atropelar um dos agentes. O outro agente que estava presente disparou várias vezes, tendo acertado mortalmente num dos ocupantes, neste caso o condutor da viatura.
Até aqui, podia ter sido noticiada em qualquer país. Todos os dias ocorrem assaltos.
Notícia (de forma sintetizada, 5 dias depois, sobre o desfecho do caso): Depois de feito o funeral do jovem atingido mortalmente (o outro apenas se feriu sem gravidade) a família da vitima, em comunicado lamentou o sucedido. Foi terrível o que aconteceu, disseram eles. Os polícias: um recebeu tratamento depois da tentativa de atropelamento, o outro teve uns dias de férias, mas a esta hora já voltou ao servico.
Tirem as vossas conclusões sobre como se processa este caso em Portugal, tanto pela sociedade como pelos meios de informacão, já que esta notícia vinha publicada num diário de distribuicão gratuita, distribuído em Neuchatel.
P.S.- Assim de repente, aposto que isto em Portugal, tinha dado notícia de abertura de todos os jornais, 10 capas de jornais, 15 manifestacões anti-polícias, o funeral transmitido em directo pela TVI (onde os jornalistas ainda levavam porrada porque os amigos da família tinham que descarregar a frustacão de um roubo mal sucedido) e indemnizacões à família no valor, de pelo menos 500€,por mês, para o resto da vida.

A incontestável MINI

Ora cá está um caso que depois de provado e comprovado, e mais ainda, depois de bebido, não nos deixa qualquer tipo de dúvidas, tendo de ser aceite como tal, quer se goste ou não. A questão ultrapassa barreiras, fronteiras e até os conceitos mais rígidos, conhecidos até hoje. Ninguém tem coragem para o desmentir, porque a constatação dos factos é tão evidente que o mínimo que os mais cépticos podem dizer é simplesmente concordar mas não fazer muito caso, o que são muito poucos.
A bela MINI, não vale a pena começar a descrever marcas, de facto é uma instituicão. Mais do que lendas ou um herói qualquer da banda desenhada, a MINI, coisa acho que exclusiva ao “pequeno jardim à beira mar plantado”, é uma autoridade mais que moral no dia-a-dia do cidadão sardoalense.
Por todo o mundo, existem povos como a mesma devocão, como os brasileiros pelo futebol, os argentinos pelo tango, os italianos pelas massas, os alemães pelos carros ou os franceses pela gastronomía, nós, os portugueses, temos a nossa devocão, o nosso bem estar, a nossa motivação, a nossa luz, a nossa amiga nos momentos difíceis e nos de maior felicidade, na MINI. Há muito que me interrogo o porquê das razões, mas de todas as vezes que tentei descobrir, começava por bebe-las e depois... já se sabe que o resultado era estar novamente “guiado pela luz”.
Pergunto eu agora, e numa altura que vários países tinham de entregar a candidatura para o campeonato do mundo de futebol a realizar em 2018, para quando o Sardoal vai apresentar a sua candidatura à Capital Mundial da MINI? Um pequeno largo com uns bancos, uns balcões e umas barraquinhas (já não peço um fontanário e deitar o precioso líquido cá para fora) onde todos os anos houvesse um encontro nacional de seguidores?
Mas isso deixarei à consideração de todos. A ideia está dada.