sexta-feira, 20 de março de 2009

Democracia, poder, eleitores e partidos políticos

Pois bem, as eleições estão à porta e algo de extraordinário vai começar a acontecer, até ao dia imediatamente a seguir às eleições. Falo-vos do comportamento dos eleitores, que caso ainda não se tenham apercebido, são eles que vão votar e são eles quem decidem. E como o Sardoal não é excepção deste comportamento...
Democracia é um regime de governo onde o poder de tomar importantes decisões políticas está com os cidadãos (povo), direta ou indiretamente, por meio de representantes eleitos — forma mais usual.
Ora daqui concluo que a democracia é o “poder do povo” e não o poder dos que se propõem a serem eleitos, que na sua esmagadora maioria, são perfeitamente inúteis e prejudiciais a governar o que quer que seja, mas, lá está, alguém os pôs lá, portanto não se queixem e actuem de forma activa.
Democracia, não existe e duvido que este conceito alguma vez tenha sido utilizado na sua verdadeira definição. Digo isto porque sou democrata, não de papel mas de convicção, e como tal nunca vi este modo de governação ser aplicável, mesmo sendo ainda um jovem, nem acredito que os mais velhos o tenham vistos porque viveram muitos anos em ditadura. Quer dizer, a diferença é que agora podemos falar à vontade sem ir parar ao Tarrafal, mas isso pode implicar prejuízos no bem-estar das pessoas se disserem o que pensam aos tipos que moram no poder, mesmo estando a dizer a verdade. Sim, porque se formos a analisar bem, os antigos fascistas são os novos democratas, eles não fugiram e continuam a ter o poder com eles, assim como os novos democratas, são como os antigos fascistas. Só que agora o Tarrafal, é mais perto. Passa por outro tipo de castigos, um dos quais ficar sem o seu local de trabalho, para ser oferecido a quem se “deita” com os ditos eleitos democraticamente, ou, como em muitos casos, ser oferecido a quem se deita com os filhos ou amigos dos “novos ditadores”, porque têm de os fazer calar ou têm de lhes pagar os vários favores que lhes vão permitindo continuarem nos lugares de destaque.
Outra coisa que me irrita, é fazer crêr que os partidos políticos, fazem parte da democracia. Estou farto de procurar e em todas as definições de democracia, não aparece uma única referência a partidos políticos. No mínimo é estranho, mas vendo bem as coisas, aceita-se tal facto como um dogma: é que os partidos políticos deram tanto crédito e respeito à democracia como o Salazar.
Mas o que vai ser engraçado de ver é o comportamento dos eleitores daqui até ao dia a seguir às eleições. Vão começar a evitar dizer algo que seja incomodo, vão deixar de falar com este ou o outro porque não querem que os vejam juntos, vão aparecer uns novos todos cheios de iniciativa, conversas em surdina, cumprimentos discretos, olhares de lado e tudo discretamente, pois no dia a seguir às eleições não convém estar associados aos que conviveram de perto, durante a campanha, com os que perderam.
É que o Tarrafal já não é em África, mas fica agora bem dentro dos limites da nossa vista.

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