quarta-feira, 3 de março de 2010

Futebóis e Fátimas

No passado fim de semana, algo de estranho se passou no futebol português: os adeptos do Benfica torceram ferozmente pelo Sporting e os do Sporting pelos do FC Porto, até se aperceberem que afinal iam ganhar o jogo e voltarem a torcer pelos leões. Ora no meu caso, que sou portista (mas sem os facciosismos inerentes à estupidez que o futebol tem acarretado), a equipe por quem torci foi mesmo a “minha”. Já o entusiasmo, foi totalmente diferente, mesmo que outro resultado tivesse acontecido.
Aqui há anos, vi o meu Porto ganhar a uma equipe com uma camisola verde e branca às riscas, 3-2, e penso ter sido a última vez que me exaltei a ver o FC Porto, tendo de, no intervalo do jogo, ir pedir desculpa a minha vizinha. Passado uns tempos, não muitos, vi novamente o “meu” FC Porto, ganhar desta vez a uns tipos de quem não gosto nada e que jogam com umas camisolas vermelhas, 3-0. Mas dessa vez a coisa foi tranquila, que é coisa que só a um adepto portista pode acontecer: ver a sua equipe ganhar com a melhor das tranquilidades, sem se exaltar e a pensar que naquele clube ganhar, tornou-se tão banal que já não dá para levar muito a sério as vitórias, pois têm sido tantas que festeja-las todas pode ser prejudicial para os outros clubes.
Referia-me, em cima, à conquista da taça Uefa, contra o Celtic de Glasgow, e à Liga dos Campeões, frente ao Mónaco.
É por isso que quando o FC Porto não ganhar o campeonato, provavelmente eu vou festejá-lo como os outros festejam a sua conquista: com muita festa, pois são raras as vezes que isso acontece. É que a forma de festejar estas conquistas, por parte das outras equipas, só é comparada aquando uma equipe da terceira divisão elimina uma do escalão principal, para a taça. Daí que ser adepto do FC Porto, não é para todos, apenas para os pré-destinados e mais capazes.
Outro assunto que me faz escrever hoje e que tem levantado alguma polémica, está relacionada com o padre e com a igreja local.
Ora segundo me contaram, por pessoas com boas relações religiosas, um primeiro padre foi nomeado mas quando aqui chegou e repararem que ele era de raça negra, decidiram correr com ele, pois seria uma vergonha ter um padre que não fosse de raça branca na “nossa paróquia”. No mínimo e a ser verdade, esta é uma história que devia envergonhar a já desprestigiada classe “beata” (assim como todos aqueles que possam ter uma palavra a dizer sobre o assunto), que segundo constou, foi a responsável pela permanência de um só dia, do tal novo padre nomeado. Conclusão: arranjou-se um padre de emergência, ali de Alferrarede, que enfim, tem dado provas da sua extraordinária ignorância e arrogância, enquanto o rejeitado pela cor de pele, tem dado provas de grande competência e agrado noutras paragens não muito longe daqui.
Isto para dizer que sou totalmente a favor deste novo padre e das suas decisões em querer alterar as tradições seculares das procissões em tempos de Páscoa. Quer dizer, sou a favor dele, enquanto esta história assim se passar e enquanto não houver um desmentido dos factos que me foram contados, pois se foi assim que as coisas se passaram, de facto não merecemos ter outra pessoa a dirigir a “nossa” igreja.

5 comentários:

Unknown disse...

Este teu post esta como os benfiquistas estavam a pouco tempo atrás, ou seja, quando a sua equipa esta afastada da vitoria no campeonato só nos restava lembrar os belos tempos que se ganhava tudo! Eu sei bem o que és isso Daniel!
Na segunda parte do post estou em completo desacordo contigo, pois quem dá algumas linhas do seu blog à religião católica só lhe tá a dar importância! e como toda a gente com um palmo de testa sabe aqueles das igrejas só merecem o nosso desprezo! Mas também já caí nessa tentação!

Anónimo disse...

3 F's.
Fátima, Fado e Futebol, não tem que ser, necessariamente por esta ordem.
A treta é a mesma, a "pseudo-intelectualidade" é que não muda.
Boa noite e "tasse" bem!

daniel grácio disse...

Querido anónimo-paneleiróide: deixo as questões pseudo-intelectuais à tua consideração superior. Quando publico alguma coisa, não tenho por objectivo, esquece... se não percebes porque escrevo neste blog, azar!
Foi este o último comentário anónimo aqui permitido. De futuro todos vão ser apagados, pois a treta é a mesma, a anónima-paneleirice é que não muda.

Paulo Sousa disse...

Quer dizer, passas aqui uns dias e sabes mais que muitos que estão permanentemente cá.
Desconhecia essa do padre negro.

Abraço.

daniel grácio disse...

Até pode ser mentira, mas foi contada por 2 pessoas e houve mais outras que ouviram o mesmo que eu.