quarta-feira, 24 de março de 2010

As novas procissões

Começo por dizer, como costumo dizer, que não sou sócio e apenas vou brincar e satirizar, um pouco com a situação que de seguida irei escrever, a ver se é desta que deixo de ser incomodado com comentários que não vêm muito a propósito.
Não sou religioso e também não deve de ser agora que vou começar a ser. Mas há coisas que me deixam triste, não só a mim como também a muitas outras pessoas, que são religiosas e que têm nesta altura da Páscoa, mais uma oportunidade de expressar as suas “fés” e convicções.
Já se sabia, que a discórdia estava lançada, quando foi assumido que ía haver alterações de percurso e de horários, nas procissões. Já se sabe que o Padre, assim como todos os responsáveis pela organização das mesmas, estão decididos a alterar, tradições seculares e que o desagrado tem sido muito, quanto a esse assunto. Agora o que não se sabe, ainda, são que motivos levam a que, por exemplo, a procissão dos Santos Passos do Senhor, só seja feita “para cima” ou que a procissão dos Fogaréus estivesse prevista para para uma hora inabitual. Alguma razão tinha de haver. Pois bem, acho que a descobri. É que no passado domingo houve a final da Taça da Liga e o jogo teve início às 19h15. Ora bem, se a procissão tivesse de vir para baixo provavelmente, já não chegavam a tempo de ver o começo do jogo, e vai daí, toca de fazer só para cima. Também me disseram que o convento no Domingo à tarde parecia o estádio do Algarve, só com a diferença de não ter havido apedrejamento entre as claques, que é como quem diz, a claque dos que apoiam a vinda para baixo e a dos que apoiam o novo trajecto.
Outra coisa que acho estranho, é o facto de o Padre, não querer fazer a procissão para baixo. Ora se a procissão estava no convento e ele não queria vir para baixo, pois bem, ele que ficasse ou fosse andando para ver a final da taça, porque de certo a sua presença já não era necessária e a pocissão poderia vir, como sempre, até ao seu destino, como sempre. Até porque as pessoas, de uma forma ou de outra, tiveram de vir para baixo.
Mas o pior está para vir e já tem dia e hora marcada. É que a procissão dos Fogaréus realiza-se no mesmo dia e quase à mesma hora, do jogo do Benfica com o Liverpool. Isto, por certo, não vem nada a calhar e penso que a melhor coisa a fazer, é a irmandade pedir a antecipação do jogo para o dia antes, ou arriscam-se a ter na procissão os festejos dos golos, ou a não comparência daqueles que têm no futebol a sua religião.
Honestamente prefiro acreditar nestas minhas teorias de conspiração, do que nas “quase certezas” de que tanta polémica se deve à submissão, que tem tomado conta das pessoas que têm, quanto mais não seja, a responsabilidade de zelar pelas TRADIÇÕES SECULARES do nosso pequeno concelho (se é que isto lhes quer dizer alguma coisa ou tem algum significado). Lamentavelmente, é triste, muito triste, mas não se merece muito mais. Deve de custar muito assumir uma posição de: “Oh Sr. Padre, ou a procissão se faz a bem ou se faz a mal, mas de certeza que se vai fazer, quer você queira quer não, como sempre se fez! Está mal, mude-se! Percebe?” Ou melhor, PERCEBEM?
Para finalizar e como há pessoas que estão a sair das irmandades e da organização destes eventos, eu estou em vias de propôr a minha candidatura a um desses cargos desocupados, embore continue a dizer que não sou sócio. Já tenho uma boa vintena de simpatizantes, 4 caçadeiras, 3 archotes, 5 “pressões de ar” e 1 tractor, o apoio dos Super-Dragões, que me garentem que por motivos de segurança as procissões só param uma vez durante o percurso (isto se necessário e tem de ser no convento, tal como acontece com eles quando vão aos jogos, por causa das estações de serviço) e também já tenho um slogan: “Comigo o que sobe, também desce!”.
Agora a brincar, porque já falei a sério demais, Portugal é um país de brandos costumes e o Sardoal arrisca-se a ficar fora deste país, pois está a perder os poucos costumes que tem.

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