domingo, 16 de agosto de 2009

Encomenda das eleições autarquicas

Um amigo meu pediu-me, ou melhor, encomendou-me que eu me pronunciasse sobre as próximas eleições autarquicas, em especial sobre as da "nossa santa terrinha". Encontrei um texto (no blog www.jumento.blogspot.com), do qual copiei parte e do qual eu também revejo a minha opinião sobre os pequenos concelhos em Portugal. Cá vai:

"A realidade da nossa gestão autárquica é marcada pelo populismo, os autarcas vivem dos votos dos eleitores mais ignorantes e gastam os recursos para conquistar o voto fácil. Isso significa que uma parte não negligenciável dos recursos públicos é mal gasta.
Um bom exemplo disso é Vila Real de Santo António onde nos últimos anos um autarca descobriu a fórmula de sucesso, conquista o coração dos idosos aproveitando-se das fragilidades do SNS para levar meia dúzia de velhotes a operar as cataratas a Cuba. É evidente que muitos outros que têm problemas ficaram de fora desta generosidade, dava menos nas vistas. Mais beneficiado do que os velhotes foi Santana Lopes que recebeu um suplemento de rendimento a título de assessoria jurídica à autarquia.
Não está em causa se o autarca é do partido A ou do partido B, o que está em causa é que com obras de fachada, iniciativas populistas e falsas notoriedades Vila Real de Santo António não passa da cepa torta, não estimula a fixação de empresas, não estimula iniciativas empresariais, não fixa os jovens mais qualificados que são obrigados a partir.
Esta não é uma realidade exclusiva de Vila Real de Santo António ou de autarquias geridas pelo PSD, é o resultado de décadas de populismo que deram lugar a uma nova estirpe de autarcas que governam para conquistar votos e sabem que os votos fáceis, dos velhotes, dos cidadãos com menos culturas e dos estratos mais frágeis da sociedade são os mais fáceis de conquistar, basta umas obras de fachada, alguma caridade e muitas festas.
A curto prazo até ficamos com a impressão de dinamismo, a longo prazo compromete-se o desenvolvimento económico, marginaliza-se o concelho do investimento tecnológico, compromete-se a criação de riqueza e promove-se a pobreza.

P.S.- Os "nossos" velhotes não vão a Cuba, mas têm muitos passeios e almoços convívio. Aos jovens dá-se uma "grande viagem" (leia-se: 15 dias a andar de autocarro) para ver a França. Os candidatos são conhecidos: aos que lá estão juntam-se outros que... enfim; aos que querem ir para lá pergunta-se se farão eles melhor. De qualquer forma não vou, porque não posso, ir votar.

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