quarta-feira, 16 de junho de 2010

Como contornar a lei com a mesma e sem vuvuzelas

Como deve de ser do conheimento geral, existe um Decreto-Lei que proíbe a venda e o consumo de bebidas alcoólicas, a menores de 16 anos. Esse mesmo Decreto- Lei, devia de ser rectificado, na minha opinião, pois a maneira como vem escrito, deixa em aberto, algumas coisas que devidamente exploradas, anulam por completo a própria legislação.
Eu por mim, estou à vontade, isto pelo menos até ao dia em alguém se lembre de encenar a situação, que a seguir irei descrever.
Ora vejamos, o que nos diz o ponto 1, do artigo 2º, do referido Decreto-Lei:

Artigo 2.º
Restrições à venda e ao consumo de bebidas alcoólicas
1 - É proibido vender ou, com objectivos comerciais, colocar à disposição bebidas alcoólicas em locais públicos e em locais abertos ao público:
a) A menores de 16 anos;
b) A quem se apresente notoriamente embriagado ou aparente possuir anomalia psíquica.

Deste artigo, saltou-me à vista, duas palavras, nas quais centrei a minha atenção: notoriamente e aparente. Depois de uma consulta ao diccionário, para confirmar as minhas certezas sobre os significados das mesmas, não fosse o meu amigo diabo andar a tecê-las, deixo também o que elas querem dizer:

Notoriamente- Sabido de todos ou de muitos ou que não é segredo.
Aparente- Que parece ser mas não é. Provável.

Ora uma pessoa que se apresente num estabelecimento onde se podem vender bebidas alcoolicas, pode fácilmente contornar esta lei. É que apresentar-se “notoriamente embriagado”, requer que alguém saiba que ele está mesmo embriagado, e se se dêr o caso de ele se engrossar em casa, e que ninguém saiba que ele está, pois ele fez segredo disso... tem de ser atendido normalmente. Não basta a palavra do barman, pois vale tanto como a do tipo que apareça embriagado!
Mas o melhor para mim é mesmo o “aparente possuír anomalia psíquica”. Esta é mesmo espectacular. Ora esta lei, está somente feita, para aqueles que aparentam ser, para os que parece que são mas pelo contrário, ou então para os que têm por hábito estarem “armados em parvos”. É que um tipo que seja mesmo, já não aparenta e como tal, passa ao lado. Pode-se dar mesmo o caso de o empregado desconfiar porque ele aparenta ser, mas ele contrapõe e responde que não parece mas que é mesmo e se for preciso até leva um papel do médico a dizer que de facto não haja dúvida nenhuma que é.

Quero deixar uma pequena opinião, sobre um grande fenómeno, que tenho vindo a observar, e a ouvir também, que se trata daquela treta da vuvuzela. É que além de irritante, o som é desagradável, ninguém, pelo menos a julgar pelas opiniões, acha piada à “corneta africana” e o aspecto e a sensação que dá, quando se assite a um jogo de futebol acompanhado pelo som de fundo do dito instrumento, faz-me lembrar o zoar das moscas em volta de um bocado de bosta. Ora se ninguém gosta daquilo, a única explicação que encontro para que se continue a soprar, é pelo facto de aquilo ser feito por muitas pessoas, mesmo que pareçam uma “multidão de moscas”; e como é feito por muitos e mesmo que se associe aquilo a bosta, não faz mal.

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